quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Anônimo

Pessoal,

Um anônimo(a) colocou o comentário abaixo, o Social gostou e está divulgando, aguardamos opiniões.

Abs


Procura-se um bar...

Que tenha sempre nosso drink favorito,
que nos será veementemente negado
sempre que o Bar man estiver inspirado.

Cujos Garçons sejam conhecidos pelo nome,
e ao menos um se chame Zé.
Não por redução ou simplificação vulgar,
mas para estabelecer a necessária intimidade
Entre nós e Ele.

Garçons, aliás, e Garçonetes (sobretudo!)
que no devido tempo nos chamarão pelo nome,
e que terão sempre,
(mesmo nas noites mais cheias),
uma mesa à nossa espera.

De onde as Raparigas em Flor não sejam espantadas
por nossas barrigas murchas,
e cuja beleza seja vaga... imprecisa...
Pois Proust nos lembra
que as mulheres excessivamente belas
destinam-se aos homens sem imaginação.

Raparigas cuja faixa etária não seja inferior a 23 ou 24 anos,
salvo raríssimas (e honrosas) exceções,
pelas quais não hesitaremos em esconjurar o próprio nome Deus,
e invocar o tremunhão!

Que tenha uma atendente de generosos hemisférios
ao setentrião e ao sul do equador.
E que seu andar seja como que um protesto
contra a anorexia vigente no globo,
ensinando às magrelas sem alma
que neste território as gordinhas têm vez.

Cujas empadinhas sejam recheadas exclusivamente
de galináceas honrosamente sacrificadas
(exceção seja feita à solitária azeitona...) e que,
ao comê-las, estejamos selando um pacto
pela erradicação do palmito sobre a terra!

Onde bebamos SOCIALmente,
mas possamos, uma vez ao ano,
ser comedidamente anti-sociais,
acobertados pela certeza
de que ninguém comentará o fato.

Com sirenes que soarão quando
a conversa se tornar séria demais,
mas onde ninguém ousará interromper
a declamação súbita
de um soneto de Mallarmé.

De mesas repletas de amigos
mas que, escondida na penumbra, exista num canto
(não visível da rua),
uma mesinha, onde sentaremos sozinhos
em nossos dias de neblina.

E onde nossas especulações metafísicas
não passem de
minuciosos,
inspirados,
categóricos,
e torrenciais
tratados sobre o nada!

9 comentários:

Anônimo disse...

Yo no he escrito la poesía en cuestión, pero estoy totalmente de acuerdo.
Me gustaría tener las coordenadas del local para poner en Google Earth. Un pequeño lugar en el mundo... También propongo una webcam para el local, nos lo acercará cuando estemos lejos.
Jordi

Marcelo Nery dos Santos disse...

Fala Jordi, excelente comentário a webcam vai rolar sem a menor dúvida.

abs

Marcelo

Anônimo disse...

Gostei muito do comentário do Jordi. Os Bares, num certo sentido, são locais à partir dos quais organizamos (ou desorganizamos)nossas visões do mundo. Bares = axis mundi.

Anônimo disse...

Oi marcelo/Ernesto. Meu nome é Elisangela e eu venho lá do Mother. Não moro em Minas, portanto terei poucas oportunidades de visitar o SOCIAL, mas já vou adiantar: se atender os quesitos citados pelo ANONIMO no poema. o bar vai arassar!!!

Boa sorte pra vcs!

Ernesto Azevedo disse...

Oi Elisangela,

Obrigado pela sua visita! A idéia do SOCIAL tem tudo a ver com o poema do ANONIMO SOCIAL, e esperamos não desapontá-lo... Você também pode nos visitar e nos acompanhar sempre. Se quiser receber notícias regulares do SOCIAL envie-nos um e-mail para

social.bh@gmail.com

, que teremos um imenso prazer em tê-la entre os nossos amigos SOCIAListas...

Apareça e participe sempre que puder, em carne ou em espírito...

Abraços,

Ernesto

Anônimo disse...

sexta feira ... cerveja...abre logooooo!!!

Anônimo disse...

Ei meninos! Adorei tudo.. o blog, a marca ,o poema... tá ficando super legal... podem contar comigo! BJS.

Dorothy disse...

gente
mas isso é quse uma oração
salve o social
espero daqui anciosa por esta abertura

beijos
Paloma Parentoni

Anônimo disse...

Ah!
Quando um bar cosegue atingir a plenitude de fundir estomago e cabeça , ai sim estamos falando de um bar...
Quando as horas se tornam irrelevantes e não importam os segundos e sim os momentos, ai sim estamos falando de um bar...
Quando consegue bloquear as angustias em suas portas, e não permitir que peguemos de volta apos sair dele, ai estamos falando de um bar...
Quando ele se torna simples aponto de conhecermos o garçon pelo nome, mas sofisticado a ponto de nos maravilharmos com a gastronomia, ai estamos falando de um bar...
Quando cada cliente se sente o mais importante dentro de seu universo, sem invadir o universo alheio,ai estamos falando de um bar...
Quando a cerveja não é nem mais gelada , nem mais quente, é simplesmente a ideal, ai estamos falando de um bar...
Quando as ideias pareçam tomar formas, por mais absurdas que sejam, e que calorosas discussões de boteco, terminem onde começaram,ai estamos falando de um bar...
enfim, socialmente falando,estamos falando de um bar...

Continuem assim,
Ricardo